segunda-feira, 23 de agosto de 2010

ELEIÇÕES 2010: O Brasil pós-Lula

http://4.bp.blogspot.com/_dAodTFJbonc/TFAtXzV2RxI/AAAAAAAAASE/WeeFFbzSAHk/s400/Elei%C3%A7%C3%B5es+2010.png

Mantida a tendência dos últimos Datafolha, teremos ao menos mais quatro anos de lulismo e do PT. Agora, com Dilma Rousseff.

Nada surpreendente em um país que viveu uma importante distribuição de renda nos últimos oito anos. Já recuperamos o ritmo de diminuição das desigualdades de antes da crise de 2008/2009.

Somados, são mais de 14 milhões de novos empregos formais, 30 milhões saindo da pobreza, mais crescimento e sensação de bem estar entre os mais pobres.

Com o real valorizado por conta de juros ainda altíssimos (que atraem milhões de dólares de especuladores de fora), bens de consumo e produtos dos sonhos da classe emergente (TVs planas, celulares e carros) estão baratos e inundam o mercado.

Para um país desigual e pobre, o efeito é monumental. Na hora do voto, o eleitor não pensa em outra coisa.

Seu pior pesadelo é voltar a um passado de renda e de poder de compra muito limitados. De resto, algo penoso para quem vive e trabalha com esforços diários e sonhos.

Numa democracia de massas pobres, o preço da pobreza é esse: qualquer coisa é alguma coisa.

No Brasil de Lula, o Estado entrou pela primeira vez pela porta da frente de muitas casas. E veio com um cartão do Bolsa Família, ou com um emprego inédito. Dinheiro vivo no fim do mês.

Quanto o Zé entende disso?

O tucano entrou no jogo sem reconhecer avanços verdadeiros. Pior, sem deixar claro que tudo isso tem um limite orçamentário. OK, dá trabalho explicar.

Mas o fato de esconder FHC é estarrecedor na frágil posição em que Serra se encontra: o ex-presidente entendeu como poucos o que tínhamos pela frente. Apesar de erros imensos, acertou no principal.

Vá ao Youtube e digite: "Zélia/entrevista/Plano Collor". Dá uma ideia do que tínhamos antes do real.

Para Lula e Dilma, não foi difícil elevar estatísticas e rendas quando elas estavam próximas de zero. Saltos, daqui em diante, serão muitíssimo mais difíceis.

Mas o Brasil tem oportunidades únicas à frente.

As duas áreas mais ricas do mundo (EUA e a zona do euro) devem ficar estagnadas por anos. Uma década, talvez. Nessa quadra, a China já é a segunda economia do mundo.

E o Brasil?

A Folha noticia que Dilma já pensa em um ajuste. Corte de gastos, redução da meta de inflação, outros meios para financiar o BNDES.

Não há país que tenha crescido e distribuído renda fora da ortodoxia nas contas públicas.

A ver o que nos espera.

Fernando Canzian- Colunista da Folha

0 comentários:

Postar um comentário

Cariri em Destaque

 

Cariri em Destaque Copyright © 2011 -- Template created by O Pregador -- Powered by Blogger